Expectativa, ansiedade, tensão. Foi com essa profusão de sentimentos que os alunos e professores do curso de Design de Moda da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte amanheceram no Mercado Central para preparar todos os detalhes do primeiro desfile de roupas conceituais, evento que faz parte das atrações do II Festival de Gastronomia do Mercado Central.
Enquanto as professoras cuidavam do penteado e da maquiagem das modelos, os alunos se preocupavam com os últimos acertos em suas peças, todas produzidas com materiais encontrados no Mercado. Se os primeiros alunos chegaram no local por volta de 7h30, às 10h o auditório reservado para a produção já estava cheio, principalmente pela presença de familiares dos estudantes.
“Estou desesperado”, disse o aluno do terceiro período Alex Guimarães. “Foi muito trabalho até chegar nesse momento. Só espero que dê tudo certo”, disse o estudante, que teve sua peça exposta no segundo desfile do dia. Rodrigo Oliveira, do primeiro período, concordou. “Não sei nem como descrever o que sinto. Se não tivesse que cuidar dos detalhes da roupa, acho que nem me aguentaria em pé”, confessou.
A mesa repleta de itens de maquiagem e utensílios para penteado
A expectativa não era somente dos alunos. Mesmo a experiente professora Lúcia Maria, a Lulucha, se mostrava tensa. “Estou com vontade de chorar”, exclamou. “Foi muito esforço investido, os alunos batalharam muito até esse momento. Mas estou feliz com tudo que vi até agora, tenho certeza de que tudo vai dar certo. Está lindo”, disse a professora, que, além de coordenar o evento, foi uma das responsáveis pelo penteado das modelos.
Experiência nova para as modelos
Se para os alunos da Estácio o desfile no Mercado Central foi o primeiro grande evento em suas carreiras no mundo da moda, para as modelos a experiência também foi marcante. Nenhuma delas havia desfilado em um lugar tão diferente.
“Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu iria desfilar no Mercado Central. Sempre venho aqui, adoro o abacaxi, tão tradicional. Vai ser uma coisa nova, andar no meio das barracas, do pessoal nos bares”, disse a modelo Taís Tomita (na foto ao lado, junto com a aluna Yeda Galvão), que também trabalha com engenharia mecânica. “Não sou modelo profissional. Mas quando surgem trabalhos diferentes e interessantes como esse, aceito logo”, disse a nissei, que estuda engenharia na UFMG.
Renata Lacerda, escalada para os dois desfiles do dia, concordou com a colega. “Acho que vai ser divertido, estou gostando muito. Não dá nem para descrever a situação, é algo completamente inusitado”, avaliou a modelo, que elogiou a produção das roupas. “Vou desfilar com um vestido feito com buchas vegetais e outro feito com bambu, algo novo, totalmente conceitual. Achei muito interessante, todas as roupas estão maravilhosas”, disse.
O desfile foi dividido em duas partes. Na primeira, cinco modelos passaram pela área reservada para o Festival e depois desceram para a área comum do Mercado, passando pelos lojistas, consumidores e freqüentadores habituais do local. Em seguida, com novas peças e outras modelos, o circuito foi repetido, atraindo a atenção do público.
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